Não há mal que sempre dure…
– Ao abordar o tema “civilidade” afirmei, em artigo anterior, que “Viver em sociedade é uma arte que implica regras e comportamentos que se devem tornar tão naturais como o ar que respiramos”.
– Lendo, na semana seguinte, a revista Veja, deparei-me, nas “páginas amarelas”, com a entrevista do novo ministro da Educação o qual, no meu entender trouxe preciosa sustentação para o que venho propondo desde o início dos meus contatos com os leitores deste jornal.
– Afirmou o ministro: “Liberdade não é fazer o que você deseja. Liberdade é agir, fazer escolhas dentro dos limites da lei e da moralidade. Fazer o que dá vontade não é ser livre. Isso é libertinagem. No Brasil, por força de ciclos autoritários, temos uma visão enviesada da liberdade. Liberdade não é o que pregava Cazuza, que dizia que liberdade é passar a mão no guarda. Não! Isso é desrespeito à autoridade, vai para o xilindró. Nossas crianças e adolescentes devem ser formados na educação para a cidadania, que ensina como agir de acordo com a lei e com a moral”.
– Também: “Os alunos devem sair do ensino básico e do fundamental sabendo que há uma lei interior em todos nós. Se nós a transgredimos, mesmo enganando até a própria mãe, sentimos uma coisa chamada remorso. A primeira parte dessa disciplina pode ser dada nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. Os estudantes podem aprender, por exemplo, o que é ser brasileiro. Quais são os nossos heróis? O PT tentou matar todos eles”.
– E completa: “Doutrinas ideológicas devem ser estudadas apenas no ensino superior. O dever do professor universitário é ensinar aos alunos todas as posições ideológicas e colocar entre parênteses o seu ponto de vista, para não induzir o aluno a adotar o ponto de vista do mestre. Se o mestre for muito bom, o estudante terminará fazendo as escolhas certas”.
– Por quê? “Os primeiros anos do ensino fundamental preparam para o ensino médio. O ensino médio prepara para o vestibular. O vestibular prepara para a universidade. E a universidade prepara para o desemprego. É o funil da insensatez. O que precisamos resgatar no Brasil é a valorização do ensino fundamental e dos cursos profissionalizantes”.
– Para concluir: “A escola não serve para fazer política. A ideologização nas escolas é um abuso, um atentado ao pátrio poder é uma invasão da militância em um aspecto que não lhe compete”.
– Da minha parte, ao encerrar, esclareço que os trechos citados estão a indicar que, finalmente, minha opinião externada no artigo “A vista do meu ponto”, publicado em 06/8/2002 está prestes a ser implementada.
– Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.
